Conforme prometido, publico hoje o primeiro de uma série de artigos que tratam especificamente do protocolo de roteamento OSPF. Espero que gostem.
Introdução
O protocolo OSPF (Open Shortest Path First), definido pela RFC 2328, é um protocolo IGP (Interior Gateway Protocol), ou seja, desenhado para uso intra-As (Sistema Autônomo). O protocolo OSPF foi desenvolvido para atender às necessidades colocadas pelas comunidades da Internet, que demandavam um protocolo IGP eficiente, não-proprietário e inter-operável com outros protocolos de roteamento.
OSPF baseia-se na tecnologia “link-state”, que é bastante diferente e bem mais avançada que a tecnologia utilizada em protocolos puramente vetoriais, como o RIP, que utiliza o algoritmo Bellman-Ford para cálculo da melhor rota.
OSPF x RIP
Como já sabemos, o protocolo RIP possui certas características que o tornam bastante limitado para aplicação em redes mais complexas, como:
- Limite de 15 saltos (roteadores) até a rede destino
- RIP não oferece suporte a VLSM
- RIP não suporta autenticação
- RIP adota o procedimento de enviar broadcasts periódicos contendo a totalidade da tabela de roteamento para a rede. Em redes de grande porte, especialmente em redes com links WAN mais limitados, isso pode gerar um consumo excessivo de largura de banda e causar problemas mais sérios
- O processo de convergência de uma rede rodando RIP é mais lento e ineficiente do que redes rodando OSPF
- RIP não leva em consideração dados como custo dos links ou atrasos na rede, baseando-se exclusivamente na contagem de saltos para definição da melhor rota.
- Redes baseadas no protocolo RIP são redes planas. Não existe o conceito de fronteiras, ou áreas. A introdução de redes classless e de conceitos como agregation e sumarização tornam redes RIP bastante ultrapassadas, já que não são compatíveis com tais conceitos.
Algumas limitações, como o não-suporte a VLSM, autenticação e anúncios multicast, foram amenizadas com a introdução da versão 2 do protocolo RIP (RIPv2). Entretanto, o restante das limitações permaneceram inalteradas.
OSPF
O protocolo OSPF, por sua vez, resolve todas as limitações apresentadas anteriormente:
- Não existe limite de saltos com OSPF
- OSPF suporta VLSM
- OSPF utiliza anúncios multicast, e as atualizações apenas são disparadas quando existe alguma alteração na rede (anúncios incrementais)
- Redes OSPF convergem mais eficientemente do que redes RIP
- OSPF permite um meio mais eficaz de balanceamento de carga
- OSPF permite a implementação de hierarquia às redes, por meio das áreas. Isso facilita o planejamento da rede, assim como tarefas de agregação e sumarização de rotas.
- OSPF permite a transferência e marcações de rotas externas, injetadas em um ASN (Sistema Autônomo). Isso permite que se rastreie rotas injetadas por protocolos EGP, como o BGP.
- É claro que isso tudo tem um preço. OSPF é mais complexo de ser planejado, configurado e suportado, se comparado com RIP. Além disso, os processos OSPF consomem mais CPU que processos RIP, uma vez que o algoritmo e a estrutura utilizados pelo OSPF são muito mais complexos.
Mais adiante veremos mais sobre o OSPF, conforme avançamos neste artigo.
Aguardem a parte 2!
Abs!
Marco.
8 comentários
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Excelente artigo Marco, aguardaremos o próximo.
Abraços
Muito bom, mas essa primeira parte serviu apenas como entrada…que venham as outras!!!
Abçs!
Putz, valeu….mais artigos deste…manda um de IGRP e EIGRP e de RIP e de BGP…
Abraços…
Ótimo post Marco!!!
Obrigado por compartilhar 😉
Estamos aguardando a 2ª parte!!!
[]’s
poxa o Toguko está querendo até BGP!!! rsrs
Marco, além do seu livro você bem que poderia escrever o material da NetAcademy também!! Quando o assunto é protocolo de roteamento, o currículo te deixa perdido as vezes por bobeira.
Post muito claro e objetivo! Vamos a segunda parte!
Autor
Fabio, o currículo do NetAcad é de responsabilidade da Cisco 🙂
Neste eu não me meto…
Abs!
Marco, vc possui o CCAI???
Dos colaboradores aqui do blog, existe apenas o Fábio Amorin de instrutor cisco???
Abs!
sou novo no blog e estou me preparando para prova, toda duvida e material estou encontrando aqui. Excelente artigo.