Cuidado com algumas matérias, posts, etc! Tenham discernimento.

E isso vale para as publicadas aqui também, claro 🙂

Hoje, acessando hoje a página do UOL, me deparei com um artigo cujo título era: “Profissional que troca de emprego com frequência é malvisto pelas empresas“. Ao terminar de ler, percebo que não concordo com absolutamente NADA do que foi escrito – além de ficar indignado com algumas coisas, que menciono mais abaixo. Vou, então, buscar saber mais da entrevistada, uma suposta “coach” profissional. Vou na fonte master, o LinkedIn. E o que encontro? O perfil de uma pessoa sem qualquer experiência relevante – aliás, com menos de 7 anos de experiência no total. Pergunto-me, então, como uma pessoa com tão pouca experiência pôde:

  1. Auto-intitular-se “coach” – uma atividade que, em tese, deveria ser desenvolvida por um profissional com anos e anos de experiência no assunto;
  2. Extrapolar sua opinião para todas as profissões e ocupações de mercado – bom, isso a falta de experiência explica – e;
  3. Ser convidada pelo UOL para ser entrevistada sobre um tema destes?

Na minha cabeça, apenas uma explicação surge: Jabá! Só pode ser! Deve ser parente do repórter! Foi o que pensei na hora, não vejo outra explicação. Com tanta gente muito mais experiente neste ramo, como foram pegar logo ela, e para tratar de um tema tão delicado? Não quero pichar a moça, mas o que ela representa, deixo isso bem claro. Os grandes portais, jornais, revistas e emissoras de TV só se preocupam com uma coisa hoje em dia: Sensacionalismo: Se a manchete vai chamar a atenção, que se dane o conteúdo. Vamos com quem for mais fácil e/ou cobrar menos. O que importa é que nos acessem!

Não preciso dizer que é difícil encontrar algo que preste.

De qualquer forma, o que eu quero colocar aqui é que vocês precisam ser muito seletivos com o que absorvem de textos, artigos e posts espalhados pela internet afora. Este é um exemplo crasso. Alguns vão ler o artigo e podem até ficar com medo de fazer um movimento profissional que já estavam planejando baseando-se no que foi dito pela “experiente coach”.

Eu, particularmente, discordo de tudo o que foi dito por experiência própria. Em meu currículo,  passei por nada menos de 13 empresas em 17 anos. Só isso! Uma média de 0,76 empregos por ano. Em nenhuma delas fiquei mais de 4 anos, como a suposta “coach” sugere como melhor prática: “Três ou quatro anos é uma boa média de permanência na mesma empresa”. Curioso que, ela mesma, não tem essa marca em seu currículo, vejam só. De onde veio este número, então? De algum livro que ela leu? De algum filme que ela assistiu? Sem comentários.

Agora, me perguntem se eu tive algum problema para me recolocar durante estes 17 anos? Nunca! Me questionaram o porquê das mudanças? Sim, claro! E várias vezes. Mas sabendo explicar os motivos, qualquer profissional de RH (decente) do mundo vai  ponderar e considerar os fatos e motivos apresentados. Aliás, a movimentação constante, especialmente no mercado de T.I., não só é normal, como também é saudável.

Óbvio que sair de uma empresa para outra apenas para ganhar R$100 a mais vai ser complicado de justificar. Portanto, as motivações para as movimentações devem sim serem pesadas antes de tomar a decisão. Mas o que eu quero deixar claro é: Esqueçam estes artigos enlatados e façam acontecer (conscientemente, sempre)!

Segue outra “dica de ouro” do artigo de nossa master “coach”:

“Não generalize a insatisfação; busque pontualmente o que o desagrada e defina estratégias específicas para lidar com cada aspecto negativo. Se for uma determinada tarefa, por exemplo, considere a possibilidade de delegá-la”

Ou seja, se não gosta ou não está afim de fazer algo, repasse a bucha. Isso sim é que é exemplo de espírito de equipe!

Portanto, cuidado, antes de contratar um serviço destes (coaching), pesquisem BEM antes para não caírem em roubadas.

Desculpem se peguei pesado, mas este tipo de artigo me deixa “P” da vida.

PS: A julgar pelos comments postados no artigo, eu não fui o único a ficar indignado. Menos mal 😉

Marco.

18 comentários

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  1. Marco, muito bom seus comentários…concordo com tudo!

  2. Sei bem como é isso… li essa matéria antes de você postar isso e sinceramente, pra mim foi como aquela história de “entrou em um ouvido e saiu pelo outro”… me enquadro também nessa questão de empresas com pouco tempo… foram 6 em 7 anos.. cada uma com sua particularidade de saída, seja por finalização de projeto, busca profissional, salário, e até mesmo por questões de adaptação. Na verdade, sua sinceridade em qualquer entrevista é um diferencial para a aceitação ou não. Os outros atributos na verdade estão no currículo.

  3. Marcelo (Marques), falou tudo. Sinceridade é essencial.

  4. Estagiaria RH
    Unibanco
    Privately Held; 10,001+ employees; Banking industry
    2004 – 2005 (1 year)

    R&S cargos operacionais e PCD´s.

    Aposto que o R&S não é o Routing & Switching, KKKKKK.
    Brincadeiras a parte, também discordo do ponto de vista dela. Estou “iniciando” no mercado, mas procuro novas oportunidades, principalmente em duas empresas que você ja trabalhou, AT&T e BT (Inclusive, tenho dois contatos nas duas e mandei currículo para eles ontem).
    Não vejo com maus olhos isso, mas acredito que alguns têm essa visao (inclusive a moça).
    Não irei me manter em um lugar que não estou satisfeito ou ganhando abaixo do mercado, por exemplo.

  5. Concordo Marco, sempre vejo em grandes portais muita matéria com besteira, acho que é a falta do que colocar, ai no desespero de manter o portal sempre atualizado, acabam colocando coisas de baixa qualidade.

    Eu creio que isso de tempo de empresa vai depender do segmento que você trabalha, em segmentos mais tradicionais realmente ja ouvi dizer q não é bem visto profissional que pula muito de empresa, mas na área de TI/Telecom eu nunca vi ninguém reclamar disso, afinal é muito comum o Outsourcing e body shop, PJ/CLT, onde o sujeito troca direto de empresa, contrato, é um mercado muito dinâmico.

  6. Pior para a moça, Avelino, que esta sendo rechaçada em amplitude nacional. Chego a ficar com pena dela.
    Certamente não vai ajudar seus negócios de coaching 😉

  7. Concordo plenamente Marco.

    Estabilidade não é sinônimo de competência ou sucesso profissional. Eu mesmo já abri mão de dois cargos públicos que ocupei pois não estava contente com minhas atividades exercidas nestes lugares e sai para buscar um maior crescimento profissional.

    O importante é procurar sempre fazer o melhor durante e enquanto estiver em qualquer lugar. Este mundinho de TI é muito pequeno e, cedo ou tarde, todos acabam se encontrando por ai.

    Grande Abraço !

  8. Marco, concordo com sua opinião.
    Abraço !

  9. Inacreditavel tamanha cara de pau do UOL e principalmente da tal “Coach” em publicar algo assim. ESta não é a primeira matéria de supostos profissionais de RH que leio nesse digamos “Tabloide”. Há alguns meses atrás em outra materia (Uma pena eu não ter o link de bate pronto) disse claramente que: “Uma segunda lingua como o inglês não é mais um diferencial em grandes empresas”…. Onde já se viu um profissional de RH dizer uma coisa dessas…. O Inglês e o espanhol foram os idiomas que me abriram portas nas grandes empresas tanto brasileiras como estrangeiras. Quanto a materia em questão estou de total acordo contigo Marco, eu estou há 8 anos na área de TI e passei por 5 empresas diferentes e estou na sexta empresa (Na qual tivemos o prazer de trabalhar juntos ) por quase 6 anos. Profissionais de TI sempre estão em projetos diferentes e geralmente são projetos de curto prazo o que justifica tantas mudanças e os motivos delas. Quanto a profissional de “RH” que deu tal entrevista a unica palavra que a descreve para mim é “Lamentavel” pelo menos ela deveria ter algum tipo de recomendação em seu perfil no Linkedin que justifique a tal experiencia que aparentemente ela não tem. Em resumo o UOL assim como outros sites de noticias no Brasil, viraram verdadeiros tabloides sensasionalistas e sem cultura util nos quais não se pode mais acreditar em sua credibilidade.

    #Lamentavel#

    Abs

  10. Vários leitores estão limando mesmo a moça, já até citaram o perfil dela no LinkedIn.

    Não tem essa, de ficar muito tempo em uma empresa só para agradar entrevistadores não. Como já disseram lá mesmo nos comentários, ninguém brinca de trabalhar, trabalhamos porque precisamos. Até ontem ficar muito tempo em uma empresa representava comodismo, agora ficar menos que dois anos é macaco que pula de galho em galho?

    Contrato de trabalho tem que ser bom para ambas as partes, se não está bom para a empresa, ela não hesita em demitir o colaborador, logo, se o colaborador não está satisfeito, também tem total direito de “pular para outro galho”, não importando o tempo que esteve no último.

  11. Rapaz acho que em mais de 10 anos de internet foi a pior bosta que já li. Sem comentários. O que fico mais puto é da onde ela consegue tirar essas dicas extraordinárias sendo que da para ver claramente que a mesma nao fez isso e nem tem experiencia suficiente para tratar desse assunto de tal maneira.

  12. Interessante observar no twitter algumas empresas de consultoria RH divulgando esse artigo do UOL.

    Alias Marcos, artigos como esse são excelentes para quem ainda vai começar a carreira profissional como eu 🙂

  13. O pior disso tudo Marco é que vc clica pensando que vai ser uma matéria ótima devido ao título do link e acaba lendo só baboseira. As vezes eu penso que esse/essa profissional ganham por “cliques” em cada matéria e o conteúdo dane-se.

  14. Realmente uma matéria ridícula , eu nos últimos 8 anos mudei de emprego 6 vezes e não vejo nenhum problema nisso . Sempre por opção minha , por melhor salario ou por novos desafios e sempre sai pela porta da frente , inclusive sempre que posso volto pra visita-los . E o tipo que coisa que se coloca as pressas , chega a ser ridículo .

  15. Esses portais na internet não tem nenhuma matéria importante para publicar, ai pegam e colocam qualquer porcaria lá pra chamar a atenção.

    Vide o yahoo que sempre coloca um monte de bunda e peito na home page, o uol com essas histórias esquisitas…. tá dificil achar alguma coisa que preste.

  16. Pior que esses dias falaram coisa parecida na CBN.
    Fui ver a matéria e está sem comentários.

  17. Marco nem preciso dizer nada so concordar em 11 anos de TI passei por 7 empresas e nunca tive problema em relacao a isso.
    Parabens

  18. Estes analistas de mercado de trabalho em geral, andam muito puxadores de praticas que devem ser amadas pelas empresas. Eu vi a chamada desta matéria na UOL, cliquei e assim que comecei parei, vi que era mais besteira de quem não tem o que falar de verdade sobre o assunto. Igual outra matéria no mesmo portal que indicava “Como se dar bem na empresa” E haviam várias dicas do tipo “Faça mais do que suas obrigações” até entendo em partes algo assim, mas na descrição do tema era praticamente um acumulo de cargos. Além de um monte de dicas que te colocariam na linha de fogo junto aos seus superiores. Enfim, nós que temos de fazer nosso caminho e seguir o bom senso pratico!

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